GASTON LEMAY
Responsável pela autoria do registo da viagem à volta do
mundo, que todavia, não se realizou na totalidade porque
os proprietários do navio obrigaram a Societé des
voyages d’ ètudes a parar em Nova Iorque.
Estas notas saíram, em primeira mão no jornal Le Temps e só posteriormente
foram publicadas em livro.
“Era a grande ilha da Madeira, que parecia emergir de
uma onda, fresca e provida de tanta beleza natural como
Venus Amphitrite. Assim que passamos a sul da ponte
ocidental da ilha, encontramos vales pitorescos, e a embarcação
aproxima-se da entrada da baía semi circular do
porto do Funchal (p. 37)
Mal nos aproximámos do molhe, várias canoas nos cercaram
oferecendo peixe fresco, legumes e frutas assim
como passas magníficas e pequenos figos de boa qualidade.
Vários rapazes de pele bronzeada solicitam-nos
moedas e mergulham para cima e para baixo em busca
do dinheiro que lhes atirámos de bordo. (p.38)
Vamos então para terra. O desembarque é bastante original
e diga-se mesmo divertido. Apesar das águas serem
geralmente calmas, a ressaca é por vezes forte, e como
não há cais, pelo menos nas proximidades da cidade,
uma canoa vulgar só pode descarregar os passageiros em
calhau seco, em dias de calmaria. (…) Para regressar ao
vapor, embarcamos novamente nestas miniaturas. (p. 39)
Lemay, 1881, A bord de la Junon, 1881.