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O número de companhias de cruzeiro que tem escolhido o Porto do Funchal como base para o abastecimento de navios tem vindo a aumentar.
A operação de contentores, que até 2022 não era especialmente significativa no terminal de cruzeiros do Porto do Funchal, ganhou importância no ano passado, consolidando-se no último trimestre. Ao longo de 2023, a Direção de Operações Portuárias e Segurança da Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira (APRAM, SA), registou 42 abastecimentos através de carga contentorizada, que movimentaram um total de 139 contentores. Este ano, e numa altura em que o mês de dezembro não está ainda contabilizado, o número de abastecimentos a navios de cruzeiro já atingiu as 57 operações, envolvendo 203 contentores.
Este crescimento explica-se em parte pelo aumento do número de escalas que se tem verificado no Porto do Funchal, mas, principalmente, com a forma como as companhias olham para a capacidade de resposta das infraestruturas e recursos portuários.
“O facto de grandes companhias como a Aida, a TUI, a P&O e a Marella escolherem o Porto do Funchal para abastecer regularmente os navios, demonstra, por um lado, a nossa competitividade enquanto destino de cruzeiros, e por outro a qualidade e a capacidade de resposta dos nossos recursos humanos”, destacou a presidente da APRAM, SA, Paula Cabaço.
Em termos económicos, prossegue Paula Cabaço, estas operações têm um impacto reduzido ao nível da receita para os Portos da Madeira, mas produzem um efeito multiplicador na economia regional. “São as empresas madeirenses que mais beneficiam destas operações, que se refletem em toda a cadeia de shipping – armadores, transportadores, logísticas… –, e também nos fornecedores locais”, sublinha a presidente da autoridade portuária regional.
Paulo Falé, diretor de Operações Portuárias e Segurança, reforça: “Através da prestação destes serviços, com recurso ao uso de equipamentos e manobradores, a APRAM satisfaz as necessidades das companhias com impacto para o tecido económico madeirense”, observa, explicando: “Além de toda a componente logística, desde que o contentor é desembarcado no Porto do Caniçal, até ser descarregado no Funchal, existe também um importante impacto económico nos fornecedores locais”.
Cerveja, vinho, frescos e outros perecíveis são os produtos mais procurados para o abastecimento aos navios. E são as empresas regionais que fazem esse fornecimento. Mesmo no caso das companhias britânicas, que preferencialmente optam por ter a bordo produtos do Reino Unido, com os quais o seu cliente-tipo está mais familiarizado, esse abastecimento chega através de carga contentorizada ao Caniçal, entrando depois na cadeia logística local para o transporte, armazenamento e entrega. “Em ambos os casos, existe uma mais-valia económica que é derramada no nosso tecido empresarial”, sublinha Paula Cabaço.
Em termos operacionais, Paulo Falé fala de uma “responsabilidade acrescida” e de um “desafio” para a gestão de operações do porto. “O aumento da procura que temos tido em termos de operações de abastecimento, tem implicações em diversas variáveis”, diz, especificando com fatores como a ocupação do porto, as marés e mesmo a forma como o navio é abastecido, se pela proa, se pela popa.
“Tem um efeito transversal na operação portuária, e por isso é planeado e articulado caso a caso, navio a navio”, explica, dizendo que o aumento da procura por este tipo de operações significa também um maior investimento da APRAM. “Existe uma maior preocupação na manutenção preventiva das máquinas, e também um reforço na formação dos nossos recursos humanos, para termos maior redundância operacional.”
Tudo isto, sublinha Paula Cabaço, com um foco muito grande na sustentabilidade. “Queremos tornar estas operações cada vez mais sustentáveis, não apenas para nós Porto, como para a cidade e para as próprias companhias, que partilham das nossas preocupações ambientais.”
Recorde-se, que o Porto do Funchal recebeu no passado domingo o prémio de Melhor Terminal de Cruzeiros do Mundo em termos de Sustentabilidade, atribuído pelos World Cruise Awards. Nos dois anos anteriores, 2022 e 2023, a Madeira já tinha conquistado o galardão de Melhor Destino de Cruzeiros da Europa. Distinções que acompanham o crescimento sustentado que o Porto do Funchal tem tido.
No ano passado, a Região recebeu 279 escalas de navios e bateu o recorde de desembarque de passageiros de cruzeiro, 624 mil, e de tripulantes, 241 mil. Um aumento de 51% em relação a 2022. Para este ano, a perspetiva é suplantar esses números, num mercado que teve em 2023 um impacto direto na economia regional superior a 53 milhões de euros.